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CASOS CLÍNICOS

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Identificação: Trombose Venosa

Quadro Clínico: Homem 56 anos. Dor abdominal em cólica há 3 dias. Diarreia e vômitos.

Trombose Venosa

Diagnóstico:

Trombose Venosa Mesentérica Superior

Falha de enchimento da veia mesentérica superior e de suas tributárias, com intenso

borramento dos planos gordurosos perivasculares, caracterizando trombose venosa

mesentérica superior.

 

 

A trombose venosa mesentérica é uma doença incomum mas muito grave que ameaça a vida, correspondendo à 5-15% de todas as isquemias mesentéricas.

Devido à sua ocorrência relativamente rara e apresentação clínica inespecífica , além da heterogeneidade das comorbidades implicadas e fatores de risco,  o diagnóstico de trombose mesentérica permanece um desafio na prática médica. A taxa de mortalidade gira em torno de 12,5 a 50%.

Os recentes avanços nas técnicas de imagem permitem melhor visualização da vascularização mesentérica e a MDCT ( Multidetector-row computed tomography) é a  modalidade de escolha para o diagnóstico de trombose venosa mesentérica.

Na trombose venosa aguda visualizamos ao estudo tomográfico o sinal característico que é o defeito de enchimento intraluminal de baixa atenuação na fase venosa, que é amplamente descrito e aceito na literatura médica.

A trombose venosa mesentérica pode ser dividida em central quando localizada no tronco principal da artéria mesentéria superior ou veia mesentérica superior, e considerado periférica quando associado as veias tributárias ( veias gastroduodenais, jejunais, ileais, ileocólicas,e cólicas direitas  ou esquerdas, sigmoideas ou veias retais superiores). Pode ser classificada como central e periférica se comprometer ambos os territórios venosos.

A trombose pode ser considerada completa quando o defeito de enchimento venoso é caracterizado por um lúmen de baixa atenuação rodeado por uma parede venosa com realce de borda bem definida, se não preencher estes quesitos é denominada parcial.

A trombose venosa mesentérica pode ser também classificada como trombose aguda, subaguda e crônica dos ramos ou veias mesentéricas superior ou inferior. Clinicamente pode apresentar-se como dor abdominal aguda ou pode ser assintomático e ser achado incidental.

 

Ocorre mais comumente em homens na quinta e sexta décadas de vida.

Os  sintomas da trombose venosa mesentérica não são específicos. A severidade depende da rapidez da formação do trombo, localização e extensão. Na forma aguda apresenta-se como dor abdominal que pode simular isquemia arterial mesentérica com os sinais de início súbito, com dor abdominal em cólicas. Na forma subaguda e crônica os pacientes podem ser assintomáticos ou apresentar-se com dor abdominal intermitente.

A trombose venosa portal pode evoluir para recanalização ou para o desenvolvimento de um cavernoma omental contornando a obstrução crônica da veia porta.

doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.114.012871Circulation. 2015;131:1599–1603