A despeito dos avanços nas técnicas de imagem, diagnósticos laboratoriais, intervenções cirúrgicas e tratamento antimicrobianos o abscesso cerebral permanece um problema clinico desafiador com taxas significativas de fatalidade.
A incidência de abscessos cerebrais é de aproximadamente 8% das massas intracranianas nos países em desenvolvimento e 1-2 % em países ocidentais.
Os abscessos cerebrais resultam de fatores predisponentes, tais como doença de base ( HIV), uso de drogas imunossupressoras, alteração da barreira natural ao redor do cérebro( pós-operatório, trauma, mastoidite, sinusites, ou infecção dentária) ou origem sistêmica da infecção.
Em metade dos casos a bactéria entra no cérebro através de disseminação contígua, 30% por via hematogênica e em 15- 20% dos casos não se identifica a infecção de origem.
O primeiro estágio do abscesso cerebral é de cerebrite, que pode levar a resposta inflamatória ao redor do centro necrótico, com aumento do edema na substância branca circunjacente. Subsequentemente o centro necrótico atinge dimensões maiores , formando uma capsula composta por acúmulo de fibroblastos e neovascularização.
O estudo dos abscessos cerebrais são realizados por tomografia computadorizada com contraste iodado endovenoso promovendo de forma rápida a detecção das dimensões, número e localização da lesão/lesões. A RM combinada com difusão e Mapa de ADC é uma ferramenta útil para diferenciar abscessos cerebrais de lesões císticas, ou tumores necróticos. A difusão é sensível e específica acima de 90% para distinguir abscesso ( baixo ADC) de tumor necrótico ( alto ADC).
Descrição:
Lesão expansiva de contornos lobulados, apresentando conteúdo com hipossinal em T1, hipersinal em T2, sinal heterogêneo em FLAIR e impregnação exclusivamente periférica pelo agente de contraste paramagnético, cujo conteúdo apresenta restrição à difusão das moléculas da água. Este conjunto de achados é compatível com a possibilidade de um abscesso cerebral.