Falha de enchimento da veia mesentérica superior e de suas tributárias, com intenso
borramento dos planos gordurosos perivasculares, caracterizando trombose venosa
mesentérica superior.
A trombose venosa mesentérica é uma doença incomum mas muito grave que ameaça a vida, correspondendo à 5-15% de todas as isquemias mesentéricas.
Devido à sua ocorrência relativamente rara e apresentação clínica inespecífica , além da heterogeneidade das comorbidades implicadas e fatores de risco, o diagnóstico de trombose mesentérica permanece um desafio na prática médica. A taxa de mortalidade gira em torno de 12,5 a 50%.
Os recentes avanços nas técnicas de imagem permitem melhor visualização da vascularização mesentérica e a MDCT ( Multidetector-row computed tomography) é a modalidade de escolha para o diagnóstico de trombose venosa mesentérica.
Na trombose venosa aguda visualizamos ao estudo tomográfico o sinal característico que é o defeito de enchimento intraluminal de baixa atenuação na fase venosa, que é amplamente descrito e aceito na literatura médica.
A trombose venosa mesentérica pode ser dividida em central quando localizada no tronco principal da artéria mesentéria superior ou veia mesentérica superior, e considerado periférica quando associado as veias tributárias ( veias gastroduodenais, jejunais, ileais, ileocólicas,e cólicas direitas ou esquerdas, sigmoideas ou veias retais superiores). Pode ser classificada como central e periférica se comprometer ambos os territórios venosos.
A trombose pode ser considerada completa quando o defeito de enchimento venoso é caracterizado por um lúmen de baixa atenuação rodeado por uma parede venosa com realce de borda bem definida, se não preencher estes quesitos é denominada parcial.
A trombose venosa mesentérica pode ser também classificada como trombose aguda, subaguda e crônica dos ramos ou veias mesentéricas superior ou inferior. Clinicamente pode apresentar-se como dor abdominal aguda ou pode ser assintomático e ser achado incidental.
Ocorre mais comumente em homens na quinta e sexta décadas de vida.
Os sintomas da trombose venosa mesentérica não são específicos. A severidade depende da rapidez da formação do trombo, localização e extensão. Na forma aguda apresenta-se como dor abdominal que pode simular isquemia arterial mesentérica com os sinais de início súbito, com dor abdominal em cólicas. Na forma subaguda e crônica os pacientes podem ser assintomáticos ou apresentar-se com dor abdominal intermitente.
A trombose venosa portal pode evoluir para recanalização ou para o desenvolvimento de um cavernoma omental contornando a obstrução crônica da veia porta.