O termo espondilolistese é definido como uma translação de uma vértebra sobre a outra em sentido anterior ou posterior. No adulto isso ocorre na coluna lombar, como resultado de um defeito na arquitetura óssea, trauma ou processo degenerativo. O termo espondilolistese é derivado do grego spondylos, que significa vértebra, e olisthesis, que significa deslizar. A primeira observação de espondilolistese foi feita em 1772 pelo obstetra belga Herbiniaux, durante um parto dificultado por um estreitamento no canal por causa de deslizamento da vértebra L5 sobre o sacro.
A incidência de espondilólise na população geral é de cerca de 6%, com uma proporção de homens :mulheres de 2.0 :1.6. A incidência de espondilolistese em crianças até 6 anos é de 2,6%; já em adultos é de 5,4%.
Parece haver uma associação genética e familiar com a espondilólise e a espondilolistese, pois observou-se que 26% dos pacientes com espondilolistese ístmica tinham parentes de primeiro grau com a mesma patologia.
A incidência varia de acordo com a etnia: é mais comum em brancos do que em negros. Em uma tribo de esquimós no Alasca a incidência chegou a cerca de 50%.
A etiologia exata da maioria dos casos continua obscura.
A presença de espondilólise /espondilolistese é rara em pacientes não deambuladores, o que torna relevante o papel do ortostatismo e de microtraumas repetitivos no desenvolvimento da espondilólise.
Estudos biomecânicos demonstraram um aumento no estresse na pars interarticularis com a coluna em extensão e aumento das forças de cisalhamento através da mesma área, com a persistência da lordose.
Atividades que aumentam a lordose e mantêm a coluna em extensão, como ginástica olímpica, mergulho, levantamento de peso, voleibol, futebol americano e patologias como cifose, aumentam a incidência de fratura da pars, espondilólise e espondilolistese.
A classificacão de Wiltse et al. é baseada em critérios etiológicos e topográficos, com cinco tipos, conforme descrito abaixo.
Classificação de Wiltse, Newman e Macnab
Tipo I- Displásica
Tipo II- Istmica
Tipo III- Degenerativa
Tipo IV- Traumática
Tipo V - Patológica
Outro sistema usado é o proposto por Meyerding et al.em 1931 no qual o grau de deslizamento é calculado pela proporção entre o diâmetro ântero-superior do sacro e a distância que a vértebra L5 deslizou anteriormente. Assim sendo, temos: grau I - 25% ou menos; grau II - entre 25% e 50%; grau III - entre 50% e 75%; e grau IV - maior do que 75%. O grau V como sendo espondiloptose não pertence à descricão original.