As lesões pancreáticas podem ser difíceis de diagnostica, dado a baixa frequência e as características clínicas inespecíficas , achados de imagens sútis e a concomitância de trauma de múltiplos órgãos. Por sua localização retroperitoneal, as lesões pancreáticas ocorrem em cerca de 2% de todos os pacientes com lesões traumáticas, e corresponde a 10% daqueles com outras lesões abdominais.

O pâncreas é uma glândula digestiva acessória com importantes funções exócrinas e endócrinas, situado no espaço pararrenal anterior do retroperitônio abdominal.

Os dois fatores determinantes mais importantes do resultado após a lesão pancreática são o tempo desde a lesão até o diagnóstico definitivo e o estado do ducto pancreático principal (DPM)

A tomografia computadorizada abdominal é a modalidade de imagem de diagnóstico de escolha para avaliar o pâncreas após trauma abdominal, e se não houver contraindicação o estudo com contraste , incluindo fase arterial, portal e venosa são indicadas.

As características clínicas e laboratoriais da lesão pancreática podem ser sutis e inespecíficas, as alterações clínico-laboratorias tornam-se mais evidentes no decorrer do curso pós-lesão, ultrapassando a janela ideal de tratamento. A TC tem sensibilidade abaixo do ideal (79%) e especificidade (62%) para se estabelecer o diagnóstico de lesões de MPD, que o fundamental para a classificação e tratamento do trauma pancreático.

Na classificação da lesão pancreática AAST-OIS (American Association for the Surgery of Trauma-Organ Injury Scale) para a comunicação padrão com cirurgiões de trauma, os radiologistas devem sintetizar os achados de imagem para determinar e relatar o grau de lesão. Nesta classificação existem cinco graus ( I-V) da lesão pancreática. A principal distinção entre as lesões pancreáticas de baixo grau (AASTOIS grau I e II) e alto grau ( AAST-OIS é o envolvimento do DPM.  Embora a lesão vascular associada e o extravasamento de material de contraste não estejam incluídos na classificação AAST-OIS atual, esses achados são vitais para determinar o manejo do paciente e prever os resultados e devem fazer parte desta descrição.

A integridade do MPD é o maior fator determinando no resultado do pacientes, predizendo morbi-mortalidade.

RadioGraphics 2021; 41:0000–0000 https://doi.org/10.1148/rg.2021200077

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