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29 Oct 2021

Trauma Hepático

O fígado é o maior órgão abdominal com relativa posição fixa, que o torna propenso a lesões traumáticas. O fígado é o segundo mais comum órgão lesado nos traumas abdominais, e o dano hepático é a causa mais comum de morte no contexto do trauma abdominal. A causa mais comum de lesão hepática é no trauma abdominal fechado, que é secundário a acidente de veículo.

 

No passado muito destas lesões hepáticas eram tratadas cirurgicamente. No entanto a literatura cirúrgica atual confirma que até cerca de 86% das lesões hepáticas pararam de sangrar no momento em que a exploração cirúrgica é realizada.

O manuseio conservador e não operatório tornou-se o tratamento de escolha em pacientes com trauma abdominal fechado nos  pacientes hemodinamicamente estáveis. O tratamento conservador foi facilitado devido ao  avanço da resolução dos métodos de imagem, como tomografia computadorizada de alta resolução, maior disponibilidade de procedimentos intervencionistas tais como angiografia e embolização, drenagem percutânea guiada por imagem e endoscopia.

Quase 80% dos adultos e 97% das crianças são tratadas de forma conservadora por meios de cuidadosos e sequenciais estudos de imagem.

A tomografia computadorizada, particularmente com o uso de contraste iodado é um método acurado para o estudo do trauma hepático, identificando localização e extensão da lesões, promovendo informações vitais no tratamento destes pacientes. O exame de tomografia computadorizada realizado sem a injeção do meio de contraste limita a avaliação no trauma hepático, mas pode ser útil na identificação ou seguimento de hemoperitôneo. O trauma hepático pode resultar em hematoma subcapsular ou intra-hepático, contusão , lesão vascular  ou ruptura biliar.

Ressonância magnética tem um valor limitado na avaliação do trauma abdominal fechado e não tem vantagem em relação ao estudo por tomografia. A Ressonância magnética pode ser usada para monitorizar pacientes com trauma abdominal fechado e pode ser modalidade útil em pacientes jovens e mulheres gestantes com trauma abdominal.

 

https://emedicine.medscape.com/article/370508-overview