A qualidade da dieta é um fator de risco importante para a incidência do primeiro acidente vascular cerebral (AVC). Em estudo com foco no intervalo inter-AVC, indivíduos com dieta de qualidade mais alta ( índice mais alto de alimentação saudável) tiveram 40% menos chance de  novos acidentes vasculares, que indivíduos com dieta de qualidade mais baixa, independentes de outros fatores. Desta forma desempenhando um papel secundário na prevenção dos AVC. O aconselhamento dietético ainda, não faz parte rotineiramente dos cuidados secundários de prevenção de AVC.

Em alguns estudos a utilização de ácido fólico e ou vitamina B12 se mostrou  efetivo na prevenção dos AVC em regiões onde não há a fortificação alimentar de ácido fólico.

Por outro lado, a utilização de vitamina D, ômega E e flavonoides não se mostrou eficaz na redução de AVC.

A ingestão reduzida de sódio reduz a pressão arterial de maneira dose dependente.

As dietas com baixa teor em gordura foram originalmente postuladas para reduzi as doenças cardiovasculares, incluindo AVC, por causa da ligação causal hiperlipidemia e risco de doença cardiovascular. No entanto um amplo estudo comparativo com dietas com baixa ingesta em gordura mostrou que essa suposição pode não ser verdadeira. Em estudo composto por  mulheres pos-menopausadas ( que geralmente apresentam maior risco de AVC) colocadas em regime de dieta com baixo teor gorduroso ou uma dieta normal por 8,3 anos, não mostrou diferenças quando a incidência de AVC.

A dieta do estilo mediterrâneo é caracterizada por alto consumo de azeite, frutas, nozes, vegetais e cereais, moderada ingestão de peixes e aves, e baixa ingestão de produtos lácteos, carnes vermelhas, carnes processadas e doces, e vinho com moderação às refeições. O efeito combinado de uma dieta de estilo mediterrâneo mais nozes ou azeite mostrou uma redução de 42% no risco de acidente vascular cerebral ao longo de um média de 4,8 anos.

As evidências atuais sugerem que o mais promissor da abordagem dietética para a prevenção do primeiro acidente vascular cerebral e presumivelmente, recorrência, é avaliar e implementar padrões de dietas, como a dieta do mediterrâneo, em vez de se concentrar em nutrientes individuais ou alimentos.

Com os avanças nas terapias médicas de AVC agudo significa que mais pessoas, pelo ao menos em pacientes de alta renda, estão sobrevivendo aos primeiros AVC. Há uma estimativa que 80 milhões de pessoas vivendo globalmente apresentarão ao menos um episódio de AVC.

A evidência do efeito da dieta e nutrição sobre o risco de AVC é atualmente muito tênue, serão necessários mais estudos com este foco para fornecer a certeza para os médicos e pacientes na tomada desta decisão.

DOI:https://doi.org/10.1016/S1474-4422(20)30433-6