A Organização Mundial da Saúde ( WHO) define o abuso de idosos como “um ato único ou repetido, ou falta de ações apropriadas, que ocorrem dentro de qualquer relacionamento em que haja uma expectativa de confiança que cause dano ou sofrimento a um idoso”.

Em 2017, a WHO estima que haja uma prevalência mundial de maus tratos a idosos em torno 15,7%. Nos Estados Unidos a prevalência de maus tratos é estimada em 10%, com taxas mais altas entre aqueles que vivem em instituições de longa permanência. Além disso, espera-se que as taxas de abusos de idosos aumentem com o aumento da longevidade, aumentando a proporção de idosos na população global, enquanto os idosos representam 13% da população dos Estados Unidos em 1990, este número deve chegar a 26,1% até 2030.

Identificar os fatores de risco para o abuso de idosos pode facilitar sua detecção e contribuir para o desenvolvimento de programas de prevenção. O abuso de idosos ocorre mais comumente nas noites de fim de semana (22 horas às 12 horas), o que pode estar relacionado ao aumento da ingestão de álcool pelos agressores e ao aumento da probabilidade de interações sociais.

As fraturas que tendem a ser vistas com mais frequência nas situações envolvendo abuso nesta faixa etária incluem fraturas de ossos longos, fraturas faciais, fraturas de arcos costais, e a presença de múltiplas fraturas em vários estágios de cicatrização.

Os autores sugerem que, no cenário apropriado a presença de hematoma intramural de intestino delgado pode sugerir abuso nesta população.

A presença de múltiplas úlceras de decúbito extensas ou purulentas deve levantar a suspeita de abuso ou negligência ao idoso. Com o envelhecimento da pele, a falta de mobilidade, e a diminuição da sensibilidade predispõem a lesões cutâneas e úlceras, mesmo em situações de cuidados adequados. As úlceras não relacionadas ao abuso ou negligência são geralmente detectadas em estágio inicial e ocorrem ao nível do sacro e do cóccix.

Badawy M. et all Nonaccidental Injury in the Elderly: What Radiologists Need to Know Radiographics Julho 2022 https://doi.org/10.1148/rg.220017