Exposição fetal a imagens de ressonância magnética: resultado do neurodesenvolvimento de longo prazo.

Estudos por ressonância magnética ( RM) tornaram-se comumente utilizados para imagens de alta resolução para mulheres gestantes e fetos. O consenso na literatura, é evitar a utilização de radiação ionizante devido a efeitos adversos no desenvolvimento fetal. Portanto, há a preferência para a utilização de imagens não ionizantes, como ultrassonografia ou ressonância magnética durante a gestação.

Atualmente a ressonância magnética é usada para indicações maternas e fetais em condições selecionadas. Alguns estudos animais mostraram associação de efeitos adversos com a exposição à ressonância magnética, dentre eles deficiência auditiva, malformações esqueléticas e baixo peso fetal.

Este estudo de coorte prospectivo histórico, foi realizado em centro médico terciário no período de  2011 à 2017. O estudo incluiu todas as mulheres que deram à luz no centro médico de referência que foram submetidas a imagens de ressonância magnética 1,5 T, sem a utilização do meio de contraste, durante a gravidez devido a indicações maternas ou fetais. Das indicações maternas incluíram suspeita de apendicite, colecistite, esclerose múltipla, lombalgia, cefaleia e trauma. Das indicações fetais incluíram dilatação ou assimetria ventricular, microcefalia ou macrocefalia ou prévias gestações com malformações do sistema nervoso central. Todos os fetos estudados tiveram ressonância magnética cerebral normal, e não havia evidência de anormalidades cromossômicas ou infecções por citomegalovírus durante a gestação.

A avaliação a longo prazo do desenvolvimento neurológico  baseou-se na  escala de comportamento Adaptativo de Vineland II (VABS): comunicação, habilidades de vida diária, socialização e habilidades motoras.

A exposição a imagens de RM sem a utilização do meio de contraste durante a gravidez não teve efeito prejudicial a longo prazo no desenvolvimento neurológico, independente da idade gestacional, do número de imagens de ressonância durante a gestação e a utilização dos vários protocolos.

Este estudo contribui para a compreensão da segurança da RM durante a gravidez e pode beneficiar o aconselhamento pré-natal

 DOI: https://doi.org/10.3174/ajnr.A6771